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Morena Paiva - Entrevista

[Morena Paiva em A ordem e o movimento / foto: Marina Alves]
No segundo mês da parceria, re-publicamos
a entrevista que a bailarina e coreógrafa Morena Paiva concedeu a André Bern em
janeiro de 2013 no contexto da série Lugares e Danças (http://ctrlaltdanca.com/lugaresedancas).
A série, desenvolvida por André
exclusivamente para o blog, busca apresentar profissionais de dança
contemporânea e das artes do corpo através de entrevistas realizadas em
diferentes centros de criação, ensino e pesquisa ao longo de 2013.
As conversas
abordam a trajetória de cada artista a partir da relação entre lugar, ação e
suas implicações políticas, estéticas e de mercado.
A entrevista com Morena foi a
primeira da série, e aconteceu no Bellas Artes Guest House (RJ). Nela, a
bailarina-coreógrafa fala de seu novo momento criativo e de relações entre
individualidade e coletividade em dança.
André Bern: Qual é o lugar da sua dança?
André Bern: Qual é o lugar da sua dança?
Morena Paiva: Tem essa
questão da identidade, porque eu acredito que o que a gente é atrai e é atraído
pelo ambiente, né. O ambiente também se cria a partir do que eu sou. Eu me
insiro no lugar, mas o lugar também está se inserindo de alguma forma nisso que
eu sou. Talvez lá atrás eu não tenha conseguido uma definição objetiva do que é
essa dança, do que era naquele momento do Coletivo Pague Leve [formado por
Morena, Italmar Vasconcellos e Marina Pachecco], que tem muito essa questão do
processo. A minha dança é um pouco, nesse sentido, do processo mesmo. Acho que
é o lugar por onde estou passando. Ela [a dança] é o que estou passando. É o
que eu estou percebendo, o que estou lendo, o que está me inquietando, o que
está vindo em termos de pergunta. Então, o lugar acompanha. Se em algum
determina- do momento eu estou pensando em como foi toda essa questão do funk,
do movimento popular, da relação do corpo negro, de como isso se insere na
cidade, isso vai ter um lugar. Tem momentos na carreira de um artista que a
investigação que ele está fazendo pede um ambiente isolado. Ele precisa se
fechar, estar com o corpo dele. Sinto que esse momento na minha carreira está
começando agora. De 2011 até o início do ano passado se encerrou uma etapa: a
gente [do Coletivo Pague Leve] fez a ocupação com o projeto no Territórios da
Paz [Microprojetos para os Territórios da Paz, do Ministério da Cultura] em
Acari, teve a apresentação do solo [A
ordem e o movimento]. Até ali, naquele momento, o que determinava o
lugar da minha dança era uma questão política, de perfuração, como diz Ricco
Garcia. De perfurar esses espaços. Tem uma outra amiga colaboradora, Marília
Carneiro, que falava: "Vocês, do Pague Leve, estão abrindo os espaços na
marretada!" Porque era mesmo essa a proposta: "Você quer comprar uma dança?",
"Você quer criar essa relação?", "Você quer trocar essa conversa comigo?", "A
gente pode abrir esse diálogo?". Eu posso vender uma dança pra você e a gente
ter uma troca aqui. Sentada aqui no sofá, eu posso começar uma espécie de
diálogo. Assim como eu posso fazer isso no Parque Lage, no Centro Coreográfico,
nos Arcos da Lapa segurando uma bandeira, pelas ruas de Acari. Então tinha um
pouco dessa questão de ir até as pessoas, quebrar paradigmas...
Para
continuar a leitura, visite: http://wp.me/p1TzVP-IH.
Para
assistir a um trecho da entrevista em vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=xapOia83n4w
Fruto de uma parceria entre o Centro Cultural Virtual SeráQuê e o blog ctrl+alt+dança (http://ctrlaltdanca.com), realizaremos uma série de 3 postagens compartilhadas entre os dois espaços virtuais. A cada mês, entre maio e julho de 2013, o CCV publicará um conteúdo cedido pelo ctrl+alt+dança (que fará o mesmo em sua página).
Autor / Fonte:http://ctrlaltdanca.com